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quarta-feira, 9 de junho de 2010

ALPENDRE II

A banda toca uma antimúsica.
A multidão não aplaude,
Não dança, faz silêncio.
Mais do que o som
É o murmúrio que se faz ouvir.

Carregado à doze mãos
Vem um homem,
Vem um marco,
Vem um sígno de sua época.

Ultrapassa a mureta do alpendre,
Ganha a rua,
Ganha a aternidade,
Ganha a onipresença na saudade.

A casa nunca mais será a mesma...
O maestro deixa seu instrumento
Abandonado sem o seu sopro de vida...

De vez em quendo, na tarde silente,
A mesma banda toca invisível e coloca
Sorriso inexplicável em nosso rosto.

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