Seguidores

sexta-feira, 18 de março de 2011

Lembrando Manuel Bandeira

Vou me embora para Paraíso
Vou-me embora pra Paraíso
Lá sou amigo do vento
Lá quero a mulher que eu tenho
Na cama que encomendei
Vou-me embora pra Paraíso

Vou-me embora pra Paraíso
Aqui também fui feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo incosenqüente
Que todo mundo sendo parente

encontram na praça sorridente
Mas por trás metem o dente
Vou propor ser transparente


E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei um burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de rio!
E quando estiver cansado
Deito na minha rede
Mando chamar as lembranças
Pra recordar as histórias
Que no tempo de menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Paraíso

Em Paraisópolis tem tudo
É outra civilização
Tem um jeito próprio de ser
às vezes anda na contramão

Tem muita gente teimosa
Tem espertalhões à vontade
Tem moças bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do vento –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que encomendei
Vou-me embora pra Paraíso.


É preciso resistir.

2 comentários:

  1. Amei!Fiquei até com vontade de criar uma prá Baependi.

    ResponderExcluir
  2. Braga, estive lendo os cordeis do Paulo, lá no blog dele e achei esse tesouro:

    Se eu soubesse as palavra rimá/
    Saia de Minas trotando o corcel
    Descia a serra num só tropel,/
    cantando cordel, tirado do picuá./
    só prá esse cara presentiá./
    Paulo Barja sabe a vida miorá.

    Só podiam ser palavras de Braga Barros.
    Parabéns!

    ResponderExcluir